Assim nascem os peões!
Grupo de amigos da cidade desafia garrotes na fazenda e conta vantagens no baile...
10/03/2023 - 15:21 | Atualizado em 10/03/2023 - 15:52
BRINCANDO DE PEÃO

Os pais de Briba e Vitão tinham uma fazendola em Sabaudia, PR, cidadezinha entre Arapongas e Astorga, onde nasceram Chitãozinho e Xororó (só coincidência, alhos não tem a ver com bugalhos). Traquinas feito resultado do jiló, um dia desafiaram a batota do ginásio para umas "muntarias". Laertão, mais velho, conseguiu a Studbaker do pai. Quatro na cabine, acho que pelo menos uns dez na caçamba. Deitou o cabelo na estradinha. Pó vermelho engruvinhava no nariz, espremia os olhos, tampava a boca, sufoco. Os cabelos compridos, anos 60, ficavam cor de cobre.
O garrote chita trancado no brete, a porta do mangueirão. Atrevido que só, Déva quis começar. O primeiro garrote mostrou cedo quem era. Bastou bater a barrigueira de corda, o capeta se virou no avesso. Déva inquietou-se, mas não podia mais refugar. – "Solta o bicho!" Magrela, pernas quase arrastava no chão. Foi uma corcoveada só, pernas pro ar, o projeto de peão encheu a cara na bosta da vaca, ainda fresca, bem verdinha. Todos tiveram vez, ninguém aguentou mais que três corcovos. Um braço quebrado, pernas raladas, mal jeito nas costas, um desalinho total.
À noite, no baile do clube social da cidade, os orgulhosos projetos de peão, exibindo os ferimentos com orgulho, contaram vantagens até não poder mais.
Até hoje não tive notícia de que um deles tivesse virado peão de verdade.