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Contos & Crônicas

Capítulo 7 - As Chicas Paraguaias & Cia

"... uma sortida vitrine a oferecer moças alegres, outras debochadas (...) As paraguaias eram muito requisitadas, fosse pelo seu sotaque peculiar, pelo calor da tez amorenada ou... sabe-se lá porque..."

05/04/2023 - 17:28 | Atualizado em 27/11/2023 - 10:58

As Chicas Paraguaias & Cia

Em pouco tempo, a simpatia de Samir e a dedicação da irmã foram dissipando as amarguras de Joselito. Além do que, havia agora sua diletante atividade na direção do Fenemê, seu poderoso caminhão de 150 cavalos, com cabine panorâmica para apreciar bem as paisagens das estradas e alcançar novas e maiores cidades cortadas ao meio pela estrada que virava avenidas amplas com lojas modernas porta a porta emendadas a não caber outra.

Mas, o maior encanto estava na zonas - os bairros destinados ao prazer - uma sortida vitrine com moças alegres, outras debochadas, até algumas de aparente recato. 

As paraguaias eram muito requisitadas, fosse pela sua peculiar maneira de falar ou pelo calor da tez amorenada ou, sabe-se lá, não fosse apenas pela curiosidade de descobrir algum mistério vindo do estrangeiro. Tinha pra todo gosto, a ser até difícil fazer escolha.

"As paraguaias eram muito requisitadas, fosse pela sua peculiar maneira de falar ou pelo calor da tez amorenada ou, sabe-se lá o que..."

Joselito fazia das tripas o coração para sobrar tempo para seu novo e viril passatempo. Divertia-se à noite e, sob a luz do dia, seguiam-se as viagens... era o caçula da família em franco progresso.

Nas viagens, o jovem motorista passava seguidas horas solitárias,  manobrando a máquina de modo quase automático, olhando com ternura as cabanas de janelas destemidamente  abertas, apreciando as fazendas de gado e sonhando fortunas, acenando aos caboclos estradeiros vendendo bananas ou capinando os corredores das lavouras, ou apreciando as grutas distantes nos morros solitários. Sentia o cheiro do capim verde que, no balanço dos ventos, acenava aos viajantes. 

E, então, o bruto vira poeta. Sonha com todas as mulheres... A prostituta paraguaia que o elegera como o melhor de todos os machos jamais conhecidos vira madame; a mulher do posto de gasolina que languidamente lhe prometia fidelidade e distância do próprio marido na sua ausência - pois ficara entorpecida com o rapagão; Dna Cecilinha, a senhora do Zé Galdino que, pela boa idade, lhe trouxe fervores até então desconhecidos. Sonhava com todas... oh, tanta bondade, seu enorme coração lhe permitia a todas amar. 

Só que o rigoroso horário para entrega das cargas, sob pena de implacáveis multas por atraso, já não estava permitindo noites mal dormidas. Se estavam na sua previsão, os imprevistos mecânicos, acidentes e interrupções das pistas, sol ou chuva, o que fosse, não haveria como incluir mais tempo no roteiro para saciar tais desejos varonis. Pois, eis que, à mercê de tantos amores, o moço também vinha resgatando com frequência a imagem graciosa de Gildinha – a primeira namorada. E sorria com ternura: “Mamãe e Alvinês é que diziam isso só porque a gente estudava junto, quando eu nem sabia o que era namorar”. 

 "Depois de certos desatinos noturnos, Joselito foi arrancado de seus devaneios para um silêncio profundo, tudo virou..."

No dia seguido de certos desatinos noturnos, Joselito foi arrancado de seus devaneios para um silêncio profundo. Logo ali, na BR 277 - a estrada mais rodada por ele, seu trajeto mais conhecido, tudo virou. Vai acordar sem entender onde está - todo mundo de branco e silencioso. Tinha certeza que estava no outro mundo.

 

 

Segue com GILDINHA (capítulo 08) - Clique aqui para ler

 

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